sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Às vezes me lembro dele . Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca mais nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas pra serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar e - principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custava a reconhecê-lo
(Caio Fernando de Abreu)
Ah, o Caio sempre me entende!
Por Tamires Souza

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